Sábado, 27 de Dezembro de 2008

Bora lá ao jantar

 

 

 

Na minha ronda pelos blogues locais deparei-me com as recentes reacções dos blogues oficiais do Partido cá da terra em relação a uma carta do partido Socialista dirigida á população do concelho em geral, li com atenção como sempre e sinceramente fiquei sem saber se vão ou se ficam em casa.
Tal como eu, parecem preocupados com o estado em que o partido socialista tem vindo a deixar o nosso pais e os portugueses em geral. O partido Socialista é sem sombra de dúvidas o maior responsável pela actual situação miserável que estamos a atravessar, mas não esqueçamos os sucessivos governos que ao longo dos últimos 34 anos têm andado a brincar aos parlamentos e aos ministros. É verdade que não nutro nenhuma simpatia pelo governo do Eng.º Sócrates, e que muito dificilmente votaria nestes senhores quer nas eleições europeias quer nas legislativas, mas o Partido Socialista é muito mais do que o Eng.º Sócrates tal como o PSD será muito mais do que a Dr.ª Manuela Ferreira Leite, atrevo-me mesmo a dizer que a nível concelhio a CDU será muito mais do que o Dr. Estevão, com uma diferença, o Dr. Estevão tem bastante mais experiência profissional no ramo do que estes dois senhores, só o posso equiparar mesmo ao Dr. Alberto João Jardim só que com menos obra.
Como o resto dos blogues (penso eu), recebi e publiquei o convite do PS consciente de que através deste blogue se pudesse divulgar um local onde se irão debater ideias, colocar questões e conhecer possíveis candidatos locais. Um local onde há falta de outros, espero encontrar quem se preocupa realmente com o concelho de Viana do Alentejo.
Caros “A tal Viana…” e “Parte no Caixote”, a politica local não pode nunca ser confundida com o que se faz ao nível do poder central, é aqui que vivemos, é aqui que vimos os nosso filhos crescer e é aqui que temos voz, um projecto local faz-se a partir do envolvimento da população no curso dos acontecimentos, com independentes e filiados e acima de tudo, com vontade.
PS1 - Espero receber o vosso convite em breve.
PS2 – Já me esquecia, vocês só fazem jantar/comício.
publicado por peixebanana às 23:03
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5 comentários:
De Anónimo a 28 de Dezembro de 2008 às 12:33
Caro peixebanana:

Como não poderia deixar de ser, entendo democraticamente a breve análise que faz da difícil situação política nacional e local, bem como a avaliação das pessoas que materializam essas mesmas políticas.

Concordo inteiramente quando diz: “ .. a politica local não pode nunca ser confundida com o que se faz ao nível do poder central, é aqui que vivemos, é aqui que vimos os nosso filhos crescer e é aqui que temos voz, um projecto local faz-se a partir do envolvimento da população no curso dos acontecimentos, com independentes e filiados e acima de tudo, com vontade.””

É por isso que neste MOVIMENTO LOCAL, cabem todos aqueles que votando ou não no PS nas eleições Europeias ou Nacionais, queiram, com as suas ideias ajudar a resolver os graves problemas que afectam a população do concelho. Muitos destes problemas podem ser resolvidos ou atenuados pelos instrumentos e competências do poder local.
Assistimos ao desperdício de recursos materiais e humanos, ao atraso na concretização de planos e consequentemente do acesso a fundos comunitários por parte deste executivo, reflexo de um certo laxismo e de uma falta de visão para o futuro do nosso concelho.
Esta política autárquica, a passo de caracol, está-nos lentamente a conduzir para um beco sem saída, hipotecando o futuro das gerações mais novas, agravando ainda mais a situação, quando em pânico no último ano de mandato, sem auscultar os munícipes, gastarem ao desbarato, sem nenhuma planificação aquilo que não temos.
Assim, neste momento grave que atravessamos, independentemente do posicionamento político, religioso ou outro que cada um siga, aceitamos no movimento “ Unidos pelo Concelho de Viana” , sem discriminação, todas as pessoas que não querem apenas “ver passar os comboios”.
Relativamente às notas de rodapé do seu artigo, fica desde já convidado, bem como toda a população, a estar presente no próximo dia 10 no Monte do Sobral.
Temos a noção que são 10 Euros por adulto e que, infelizmente, nem todos os que queriam estar presentes no Monte do Sobral o poderão fazer. Infelizmente não pode ser de outra maneira, não temos nem queremos sacos azuis.
Também será bem recebido no nosso movimento, caso queira participar neste processo de cidadania.
Tal como um comboio local sem carruagens VIP, este movimento acolhe no seu interior com igualdade, em todas as paragens, em qualquer período do calendário, todos os homens e mulheres que queiram participar nesta viagem.

José Luís Potes Pacheco
De Anónimo a 28 de Dezembro de 2008 às 14:50
è verdadeiramente impressionante a azafama do Sr Pacheco, ou talvez não, veremos. Caro Sr Peixe banana : Separar a politica do Concelho da Politica Nacional não é possivel, as consequências chegam cá todos os dias. Ou será que tal como o PS e o Sr Pacheco também o Sr pensa que o problema é a Câmara não comparticipar os medicamentos dos idosos, ignorando que a situação só existe porque o Governo, na politica nacional, reduziu a comparticipação desses mesmos medicamentos e que as pensões continuam a ser miseráveis enquanto de injectam milhões nos bancos dos amigos. Então a politica nacionl não interessa? Claro, estou mesmo a ver.Exemplos destes são aos cachos mas se estas pessoas teimam e não os querer ver não há mesmo nada a fazer.
De peixebanana a 28 de Dezembro de 2008 às 16:29
Concordo em parte com a sua opinião, é verdade que o governo central influencia o trabalho em qualquer municipio, quer através do estrangulamento do financiamento autarquico, quer noutras áreas. Acho no entanto que as politicas municipais devem ser adaptadas ás circunstancias de cada municipio, independentemente de quem governa a nivel central. E sinceramente não responsabilizo os cidadãos que cometeram a irresponsabilidade de votar no Engº Socrates, tal como não o faço por quem tenha votado no actual executivo municipal.

Sinto que há falta de ideias, organização e ambição. O concelho precisa de mais, parafraseando o polvorosa "Viana do Alentejo tem estado parada neste mandato do Sr. Estevão Pereira, o pouco que faz por regra faz mal, é assim na urbanização e obras, nas políticas culturais, na área social, no apoio ao desenvolvimento económico, no turismo. Resumindo, foram três anos e dois meses de políticas locais para esquecer. Enquanto cidadãos e contribuintes, sentimos duplamente dificuldades. Por um lado, o governo do país a atravessar dificuldades para apoiar todos os sectores da sociedade e a tardar a implementar as reformas necessárias na saúde, na educação, na administração pública e na justiça.
Por outro lado, uma administração local incipiente, chega tarde aos problemas, não dialoga com os outros poderes, não dá confiança ao comum dos cidadãos. Usa todos os estratagemas e meios públicos para fazer propaganda, não aceita a crítica/contraditório, os interesses públicos confundem-se com os privados e não tem um rumo claro para desenvolver o nosso concelho.
Promessas não cumpridas por uma equipa desavinda, depois de demissões, rupturas e muita “faca e alguidar” internamente, muito trabalho mal feito, assente em maus diagnósticos e numa completa ausência de planeamento."

Este não tem sido um exemplo de boa governança que costuma ser apanagio das camaras comunistas.
De Anónimo a 28 de Dezembro de 2008 às 16:07
Esta música já é conhecida!

Se a nossa Câmara tem “obra” para mostrar aos nossos conterrâneos, então porquê o discurso demagógico de querer misturar o alegado mau desempenho do governo com o péssimo trabalho da Câmara.
Nas eleições legislativas vamos avaliar a prestação do governo PS.
Nas eleições autárquicas vamos avaliar a prestação do executivo liderado pelo Sr. Estêvão Pereira. Meter tudo no mesmo saco, é uma tentativa desesperada para fugirem às responsabilidades que devem assumir.
Com esta lógica da batata, se alguém, por exemplo, se candidatar aos órgãos dirigentes de uma associação cultural ou recreativa do concelho e for do PS, atiram-lhe logo com o governo à cara – dá vontade de rir.
Estes actos sensórios e estigmatizantes, praticados pelos “representantes da maioria”, têm sido a prática recorrente que nos tem destruído como comunidade - dividir para reinar.
Sempre aparecem meia dúzia de iluminados, à moda antiga, pensando que são detentores da verdade suprema.
De Anónimo a 28 de Dezembro de 2008 às 21:36
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, dirigiu uma mensagem de Ano Novo aos portugueses, disponível na Internet, em que se manifesta convicto de que “sim, é possível uma vida melhor”, com uma política alternativa. Na mesma mensagem refere ainda que “uma vida melhor também está nas mãos de todos aqueles que não se conformam, que não se resignam, que não aceitam as injustiças (…) “.E conclui: “Os problemas do País não se resolvem com mais do mesmo, é preciso uma ruptura com a política de direita”.
Subscrevo inteiramente as palavras deste dirigente do Partido Comunista. Também aqui, no Concelho de Viana do Alentejo, urge uma ruptura com a política de “mais do mesmo” com que o Senhor Pereira nos tem brindado nestes últimos anos. Uma política baseada numa imensa teia clientelar, por ele sabiamente tecida e cujo objectivo é apenas e tão só o de alimentar a sua imensa sede de poder e o seu desmesurado ego. Uma política apoiada por uma eficiente máquina de propaganda, de custo desconhecido mas certamente paga por todos nós, vocacionada para o enaltecimento do “chefe”, da sua alegada “grande obra”, da sua excelência. Uma política autista, que recusa admitir aquilo que é cada vez mais evidente: Viana do Alentejo é um concelho parado no tempo, com indicadores de satisfação social baixíssimos e em regressão, com fraquíssima qualidade de vida, onde se goraram grande parte das expectativas trazidas pela revolução de Abril e pela adesão de Portugal à CEE. A ter alguma vez existido um “projecto Estêvão Pereira para Viana do Alentejo”, esse projecto falhou. Está morto, apenas falta quem lhe faça as exéquias.
Nunca votei no Partido Socialista nem tão pouco subscrevo a sua actual orientação política nacional, neo-liberal de cariz direitista. Mas se sob a sua bandeira surgir um projecto de governação local, credível à luz da minha apreciação e portador da tão necessária e desejável mudança para o Concelho, certamente que esse projecto contará com o meu apoio.

Uma última palavra para o comentador que tenta contaminar a acção do grupo promotor do almoço no Monte do Sobral com a (má) actuação nacional do PS: aquando da queda do muro de Berlim e quando se começou a perceber melhor o quão perversos e violentos eram os governos ditatoriais dos chamados países de Leste, houve na altura quem tivesse sugerido a ilegalização do Partido Comunista do Dr. Cunhal, por via do apoio que este dava a esses regimes. Apoio e não só, já que os comunistas portugueses viam nesses tristes países modelos a serem implementados em Portugal, caso viessem algum dia a governar-nos. Mas também houve quem então tivesse sabido destrinçar o trigo do joio. E uma dessas pessoas foi o Dr. Mário Soares que, por mais de uma vez, defendeu (como aliás já o tinha feito em 1975), o quão importante era para a consolidação da jovem democracia portuguesa a existência de um partido como o PCP.

J.S.D.

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É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.

 

Clarice Lispector

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Alucinações

 
Um polícia reformado imagina que uma criança inglesa morreu num trágico acidente e que o corpo foi congelado ou conservado no frio pelos pais e amigos.

Um político socialista imaginou que era possível combater a corrupção neste sítio cada vez mais mal frequentado, apresentou um pacote de medidas e ficou muito desiludido quando o seu partido o atirou para o lixo e aprovou um conjunto de diplomas que vai deixar tudo como antes, o quartel-general em Abrantes. O mesmo político imagina, agora, que a corrupção está mais elevada do que nunca e fica triste porque ninguém lhe liga nenhuma.

A líder do maior partido da Oposição imagina que é possível chegar ao poder sem andar por aí em festas folclóricas, em espectáculos medíocres e chega ao ponto de dizer que vai tentar falar verdade sobre os problemas do sítio e que não se pronuncia sobre assuntos que não conhece.

Um ministro deste Governo socialista imagina-se como director comercial de uma multinacional e salta de contente sempre que assina um contrato com uma empresa qualquer. O mesmo governante imagina um dia que a crise económica, financeira e social já passou e no outro imagina que o que aí vem vai ser bem pior.

Um primeiro-ministro que os indígenas elegeram em 2005 com maioria absoluta imagina que vive num sítio maravilhoso, com uma economia pujante, com um nível de vida extraordinário, com cidadãos altamente qualificados e até imagina que Angola tem um governo fabuloso, digno dos maiores elogios, que a Líbia é dirigida por um ser normal, democrático, que até escreveu em tempos um livro que só por acaso não ganhou o Nobel da Literatura e que a Venezuela tem um presidente civilizado, com os alqueires todos no sítio e que merece ser recebido várias vezes em poucos meses com gestos de grande carinho e amizade.

Um Presidente da República imagina que os seus silêncios são mais importantes do que as suas palavras e imagina que quando discursa alguém o ouve verdadeiramente com atenção. Imagina que quando fala na necessidade de se combater a corrupção ou atacar a sério os problemas da Justiça e da Educação alguém o leva verdadeiramente a sério e vai a correr preparar mais uns diplomas para indígena ver.

A alucinação, como se vê, veio para ficar. Está a tornar-se numa pandemia. Em vez de dinheiros da Europa, o sítio precisa urgentemente de uma enorme equipa de psiquiatras que o cure da doença enquanto há tempo e esperança de cura.

António Ribeiro Ferreira
[in Correio da Manhã, 28.07.2008]

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